Diretor de Comunicações do COI, Mark Adams, falando durante a coletiva de imprensa no Palace Hotel Lausanne em Lausanne, na Suíça. Foto: Maria Pia Beltran, AIPS mídia

Diretor de Comunicações do COI, Mark Adams, falando durante a coletiva de imprensa no Palace Hotel Lausanne em Lausanne, na Suíça. Foto: Maria Pia Beltran, AIPS mídia

Após reunião de diretoria do COI, no último dia 01/06, a entidade confirmou um plano de cinco pontos de ação para implementar a “política de tolerância zero” na questão antidoping que tem sido repetidamente assinalada como ponto principal do programa olímpico.

Após severas críticas pela falta de orçamento para programas anti-doping dentro e fora do próprio orçamento, foi confirmado o dobro de investimento para o programa de testes pré-Olímpicos do COI, aumentando a soma para U$ 500.000 dólares (quinhentos mil dólares). O porta-voz do COI Mark Adams confirmou que este enfoque especial será destinado ao orçamento de nações com programas anti-doping que tinham sido previamente declarados não-conformes, incluindo Quênia, Rússia e México.

Também foi declarado que a verba será colocada em esportes que a AMA e o COI consideram ser mais problemáticas com o programa de núcleo. No mesmo dia em que a entidade máxima do boxe (AIBA) anunciou que pugilistas seriam autorizados a competir nos Jogos do Rio, entendeu-se que o boxe em si seria um dos esportes a ser colocado sob a suspeita dos faróis do anti-doping do COI, dados os relatórios que AIBA não efetuou quaisquer testes de doping fora de competição no ano que se passou (2015) e quase nenhuma nos últimos três anos.

Retestes Bejing e Londres
Seguindo registrados os 55 resultados positivos no COI e reanálise de amostras de doping Olímpicos da AMA, incluindo 32 de Pequim em 2008 e 23 de Londres em 2012, confirmou-se que os atletas que se encontram implicados na dopagem seguindo os retestes seriam proibidos de competir nos Jogos Olímpicos do Rio.

Também foi anunciado que o próprio programa de reanálise seria prorrogado após o grande número de testes positivos. Medalhistas de Pequim e Londres seriam os principais alvos de quaisquer outros retestes na luta prolongada para proteger os atletas limpos, segundo o porta-voz do COI Mark Adams.

Reunião das partes interessadas
Em um mês de seguidas reuniões para esportes internacionais, os órgãos sociais, com os Jogos do Rio chegando, o COI confirmou mais uma reunião das partes interessadas para o 21 de junho, na capital Suíça de Lausanne. A reunião virá quatro dias após a reunião do Conselho da IAAF em Viena, onde o corpo de atletismo vai decidir sobre a elegibilidade de atletas da Rússia para competir nos Jogos do Rio. Este é o lugar onde o presidente do COI Thomas Bach falou que será posta à prova a decisão entre “responsabilidade coletiva e juízes individuais”. Duas vezes medalhista olímpica, Yelena Isinbayeva havia anunciado anteriormente que, se proibido, iria levar o caso à Corte de Arbitragem do Esporte, onde, como muitos já confirmou, ela teria um caso diferenciado.

O ponto final do programa foi a definição de uma reunião pós-olímpica prevista para outubro de 2016 para “avaliar e rever todo o programa olímpico” e as medidas anti-doping tomadas à frente dos Jogos do Rio. Espera-se que um novo conjunto de medidas deva ser anunciado até aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 em PyenongChang, na China.

Tóquio 2020
O COI também anunciou a um pacote de supervisão anti-doping para os novos esportes propostos pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020, que são o beisebol-softbol, caratê, skate, surf e escalada desportiva. A questão principal sublinhada era que os cinco esportes em questão, passariam a ser colocados à frente na reunião do COI no Rio antes dos Jogos, o que não seria definir qualquer coisa para os 28 esportes do núcleo do programa olímpico, um dos principais pontos para falar quando a Agenda 2020 foi elaborada pela primeira vez.

O segundo ponto da reunião do COI definiu as questões mais controvertidas, incluindo a situação atual no Brasil a partir de um aspecto da política e da saúde pública, e as alegações de corrupção contra o Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio 2020. Membro do COI, John Coates, tinha anteriormente confirmado à imprensa que Tóquio ainda contava com o total apoio do COI.