Campinas, SP, 07/12 – O presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Interior do Estado de São Paulo (ACEISP), Sérgio Carvalho (à direita), parabeniza todos os cronistas esportivos do Estado de São Paulo pela data a ser comemorada nesta sexta-feira, 08/12, que foi definida para se comemorar a profissão. Sérgio Carvalho é jornalista, parte para seu segundo mandato de presidente da entidade do interior e por ter trabalhado em todos os veículos de comunicação, TV, rádio, jornal e internet, dentro da área esportiva, tem a experiência e a capacidade necessária para homenagear aqueles que leva a informação para seus telespectadores, ouvintes e leitores. Confira abaixo o bonito texto deixado pelo presidente da ACEISP para todos os cronistas esportivos de São Paulo.

Para todos nós jornalistas e radialistas esportivos o dia 9 de dezembro de cada ano é muito importante. É que essa data foi a escolhida e oficializada anos atrás para comemorar o DIA NACIONAL DO CRONISTA ESPORTIVO. Não sei bem quem fez a proposta, nem quem a oficializou. Mas não tenho nenhuma dúvida de que todos os profissionais que trabalham em jornal, rádio, tv e mais recentemente na WEB (internet) mereciam e merecem essa homenagem. Afinal, num Brasil tão cheio de problemas, o jornalismo esportivo é um oásis e um ponto de destaque entre as profissões existentes no País, pois ele proporciona a milhões de rádio ouvintes, telespectadores ou leitores da mídia impressa ou virtual (jornais, revistas, blogs e sites) a chance de acompanhar sozinho, na companhia de familiares ou de velhos e bons amigos, as exibições de seu clube de coração dentro ou fora de sua cidade-sede.

São esses representantes da crônica esportiva, como os irmãos Kleberson e Kesley Benevenuto (à esquerda) que neste dia 8 estão sendo homenageados, pelo que fazem diariamente quando informam, narram, comentam e reportam cada jogo ou competição esportiva disputada em território brasileiro ou mesmo fora dele (como será o caso da próxima Copa do Mundo!!). Sempre com muita objetividade, seriedade, entusiasmo, qualidade e paixão. Porque, antes de mais nada, o cronista esportivo ama o que faz e tem o necessário poder de comunicação para transmitir em linguagem fácil e objetiva todos os detalhes do espetáculo que foi escalado para cobrir.

Tive o privilégio de trabalhar em três importantes setores do jornalismo esportivo. Em rádio, tv e jornais. Exatamente por isso, super valorizo meus companheiros de profissão, porque sei o quanto é difícil narrar um jogo, analisar uma partida com competência ou dar todas as informações antes, durante e depois que ela ocorre. O narrador, por exemplo, precisa ter agilidade mental, bom vocabulário, voz apropriada e muito entusiasmo para que sua transmissão dê Ibope.

O comentarista precisa conhecer o esporte à fundo e ter poder de síntese para em curto espaço de tempo dizer tudo o que é necessário sobre o jogo que assiste. E o repórter deve antever fatos, fazer perguntas inteligentes e esclarecedoras, sem ser muito engraçado e sem se esquecer de que suas informações serão sempre decisivas para que seu leitor ou ouvinte entenda direito o que se passa ou passou dentro e fora do campo de jogo. Quanto aos profissionais que trabalham em jornais ou revistas, devemos acrescentar que ele precisa ser bem direto na hora de falar sobre tudo o que aconteceu. Não deve exagerar no texto que precisa sempre ser objetivo e sucinto para ter a certeza de que ele será lido da primeira até a última linha (leitores muitas vezes tem preguiça de acompanhar textos longos!).

Conheci um grande número de profissionais da área durante meus longos anos de carreira. Lá no passado, devo citar profissionais fantásticos na narração de rádio como Pedro Luiz, Edson Leite, Haroldo Fernandes, Flávio Araújo, Valdir Amaral, Fiori Gigliotti, Osmar Santos. Mais recentemente, Oscar Ulisses, José Silvério, Nílson César. Com eles, grandes comentaristas como Mário Moraes, Mauro Pinheiro, Dalmo Pessoa (à direita), Loureiro Junior. Naquela época, cito alguns repórteres que ficaram famosos pelo seu trabalho no rádio como Juarez Soares (à esquerda na foto abaixo), Roberto Silva, Lucas Neto, Roberto Carmona, Henrique Guilherme, Wanderley Nogueira. E não posso me esquecer dos plantões esportivos como Alexandre Santos, Narciso Vernize, Paulo Edson e Milton Neves.

Na tv destaque para Geraldo José de Almeida, Walter Abrahão, Milton Peruzzi, Galvão Bueno, narradores de primeira linha. Entre os repórteres destacaram-se Eli Coimbra, Luiz Ceará e outros. Lógico que poderia citar um número muitas vezes maior de grandes talentos do rádio e televisão esportivos. Mas o espaço não me permite ir tão longe. Por isso, me desculpo junto aqueles que não foram citados, mas ainda assim gostaria de deixar aqui meus cumprimentos e meu abraço a todos eles, que graças ao seu incrível trabalho super valorizaram nossa classe em todos os sentidos. Exatamente por isso é que a crônica esportiva brasileira é considerada já a algum tempo uma das melhores e mais competentes do mundo.

Ao conferir o texto acima, percebi que só dei destaque aos profissionais de rádio e tv. Por isso, abro um espaço aqui para falar um pouco dos grandes jornalistas esportivos que deram seu brilho às páginas ou cadernos de esportes de nossos principais jornais e revistas. A começar pelo polêmico João Saldanha, do Rio de Janeiro, que foi tão respeitado que em certo momento recebeu um convite do então presidente da CBD (hoje CBF) para ser o técnico da Seleção Brasileira em 1969. Ele aceitou, montou um super time com maioria de jogadores de Santos e Botafogo carioca, os melhores da época, e arrebentou nas Eliminatórias da Copa.

Infelizmente, devido seu gênio intempestivo, Saldanha acabou brigando com Havelange e deixou a seleção antes do Mundial do México. Zagallo o substituiu e acabou campeão mundial como treinador, ele que já ganhara esse título como jogador nas seleções de 58 e 62.

Destaco ainda Nelson Rodrigues, que escrevia coluna esportiva no Jornal dos Sports e ditava normas no futebol carioca. Em São Paulo, nomes como os de Ari Silva (fundador da Aceesp), Solange Bibas, Walter Lacerda, Paulo Planet Buarque, Antônio Guzman e Alcides da Silva também deixaram seu nome na história. Foram grandes craques na arte de escrever em jornais (A Gazeta Esportiva, Popular da Tarde e outros).

Para terminar, gostaria de fazer uma homenagem especial aos meus amigos jornalistas e radialistas esportivos do interior de São Paulo. Vários deles nasceram e cresceram no interior e depois foram brilhar na grande imprensa na capital paulista. Aliás, boa parte dos grandes profissionais da imprensa esportiva de São Paulo e do Brasil começaram suas carreiras numa pequena ou grande cidade de nosso Estado. E mesmo com essa migração toda rumo a capital, muitos desses talentos preferiram continuar seu trabalho no interior. Em razão disso, nosso jornalismo esportivo interiorano é da melhor qualidade. Não fica nada a dever ao da capital. Seja através de seus excelentes narradores, seus comentaristas e seus eficientes repórteres. Muitos deles são tão dedicados, que, mesmo na falta de patrocinadores pontuais, continuam a trabalhar com o objetivo de atender as exigências de seu público cativo. E não é só na tv ou no rádio. Também nos jornais que ainda resistem em muitas cidades do nosso interior, lá estão profissionais qualificados e de enorme competência cumprindo sua difícil missão de bem informar.

Podemos dizer que é quase um sacerdócio. Pouco retorno para muito trabalho. É por isso que faço questão de exaltar nossos companheiros, como Alberto César Iralah (à direita), Diretor da ACEISP, e nossa classe. Parabéns, meus amigos. Nosso abraço carinhoso a cada um de vocês nesse 8 de dezembro, o DIA NACIONAL DO CRONISTA ESPORTIVO. Em nome de toda a diretoria da ACEISP – Associação dos Cronistas Esportivos do Interior do Estado de São Paulo. Vocês todos merecem e vão merecer sempre o nosso respeito. Um Feliz 2018 para todos!!!