Recife, PE, 09 – A (Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está aproveitando a pandemia da COVID 19 para constranger e restringir o trabalho da crônica esportiva brasileira através de protocolos estranhos e da colocação de seguranças para tutelar o trabalho da imprensa nos jogos do Campeonato Brasileiro.

Na partida desse sábado entre Sport-PE e Ceará-CE, em Recife, profissionais da imprensa tiveram dificuldades e passaram por privações que foram denunciadas pelo presidente da Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco (ACDP), André Luiz Cabral (foto):

“Acredito que os abusos que aconteceram no estádio da Ilha do Retiro também possam ter acontecido em outros lugares. Os cronistas esportivas foram constrangidos e coagidos por alguns trogloditas que vieram indicados pela CBF com ameaça em cima dos cronistas que estivam trabalhando”, diz André Luiz, completando:

“Sabemos da necessidade do uso de máscara, mas tivemos relato de companheiros que tiveram dificuldades até mesmo de fazer o lanche. Esses trogloditas da CBF obrigaram os cronistas a subirem de escada, mesmo com os elevadores funcionando e isso foi ato exclusivo da CBF e não da Federação Pernambucana de Futebol”, denuncia André Luiz.

ACDP TEM LUTADO ATÉ JUDICIALMENTE CONTRA ABUSOS DAS ENTIDADES
Combativa nos interesses da crônica esportiva, a ACDP já tem uma ação judicial em que não aceita que os cronistas esportivos tenham trabalho restrito, nem que aja distinção entre esses profissionais.

“Não existe e não pode existir cronista esportivo de primeira, segunda ou terceira categoria. Além disso não pode, o cronista, ser punido pela CBF ou de qualquer Federação e se houver qualquer abuso a recomendação é que o cronista vá a uma Delegacia de Polícia e faça uma ocorrência policial, prestando queixa por constrangimento pois está sendo impedido de exercer o seu trabalho”, orienta André Luiz.

CREDENCIAMENTO DE IMPRENSA SOMENTE PODE SER FEITO PELA ASSOCIAÇÃO DE CRONISTA
Pela legislação vigente (Lei 9.615/98) o credenciamento do cronista esportivo é exclusividade legal da associações de cronistas esportivos e não das federações ou CBF, que pode – no máximo – fazer o cadastro do profissional que irá trabalhar.

Aproveitando a fase da pandemia, a CBF fez um protocolo claramente com o objetivo de prejudicar o trabalho da imprensa esportiva chegando ao cúmulo de vetar a presença de radialistas nas cabines de imprensa e determinando que as transmissões de rádio fossem feitas das arquibancadas.

A ABRACE (Associação Brasileira de Cronistas Esportivos), através de seu presidente Kleiber Beltrão, junto com as entidades de cronistas estaduais, intercederam para que isso fosse modificado e vem exigindo uma reunião com o presidente da CBF, Rogério Caboclo.